...um pouquinho mais de "A Ditadura da Beleza"

"Comentou que nós nos relacionamos com os outros não pelo que são em si, mas pelas imagens que temos deles arquivadas no subsolo da nossa personalidade, isto é, no inconsciente. As críticas, os atritos, as agressões, assim como os sentimentos de desconfiança, incompreensão e intolerância, construíram subtilmente essas imagens nas janelas da memória. Explicou que são elas que ditam as regras de relação, que determinam se as pessoas interagirão com gentiliza e amabilidade ou com impulsividade e irritabilidade. Duas pessoas encantadoras são capazes de viver em pé de guerra se as imagens que têm uma da outra arquivadas no inconsciente forem péssimas. Além disso, não e possível apagar essas imagens como nos computadores, sendo apenas possível reeditá-las."

"A vida é um contrato de risco. Podemos conviver com milhares de animais de outra espécie e nunca ter quaisquer problemas, mas, se convivermos com um ser humano, por melhor que seja a relação que estabelecemos, haverá sempre decepções. Todos falhamos, frustramos os outros e ficamos frustrados por causa deles. Todos estamos doente nalguma área das nossas personalidades, uns mais outros menos, inclusive os psiquiatras e psicólogos. A sabedoria não consiste em sermos perfeitos, mas em sabermos que não o somos e que temos capacidade para usar as nossas imperfeições no sentido de compreendermos as limitações impostas pela vida e pelo amadurecimento. (...) Eu já desisti de ser perfeito e você? Só uma pessoa incompleta precisa de fazer novas conquistas."

"Manteve-se alguns minutos em silêncio. Foram os minutos mais profundos da sua história. Fez a oração dos sábios, o silêncio. Só o silêncio podia conter os gritos que ecoavam nesse momentos sublime de auto conhecimento"

"Para reconstruir um relacionamento era necessário usar três ferramentas. A primeira é pensar antes de reagir. Quando estamos tensos, fechamos as janelas da memória e reagimos sem pensar, por instinto, como os animais. Os fracos usam a força, e os fortes, a inteligência. Nos primeiros 30 segundos de tensão cometemos os nossos maiores erros e ferimos as pessoas que nos são queridas. A segunda ferramenta é ser sempre transparente, mas nunca esquecendo a generosidade das palavras. Os fracos impõem as suas ideias e controlam os outros, ao passo que os fortes expõem as suas ideias e respeitam as diferenças. A terceira é surpreender quem se ama. Cada pessoa tem uma personalidade própria, com todos os seus enigmas. Para a conquistar, é necessário surpreendê-la, dizer o que nunca se disse, pronunciar palavras nunca antes proferidas."


Augusto Cury, in A Ditadura da Beleza




bJinhu de um Limão**